O Parque das Sete Fontes

Co-autores do Projeto do Parque das Sete Fontes

Teresa Andresen

Arquiteta paisagista e engenheira agrónoma licenciada pelo Instituto Superior de Agronomia (1982). Mestre em arquitetura paisagista pela Universidade de Massachusetts. Doutorada em Ciência Aplicadas ao Ambiente pela Universidade de Aveiro

António Moreira

Licenciado em Arquitetura Paisagista pela Universidade de Évora, com 20 anos de experiência em projetos de espaços exteriores, execução e acompanhamento de obras de diferentes âmbitos e escalas

Luis Guedes de Carvalho

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A infraestrutura que durante centenas de anos abasteceu Braga será o coração do programa do Parque Urbano das Sete Fontes. Os cerca de 30 hectares de parque resultam do Estudo Urbanístico em curso, do objectivo de assegurar a conservação e valorização do Monumento Nacional, assim como da salvaguarda do abastecimento de água à infra-estrutura, respeitando a definição da Zona Especial de protecção do monumento.

O parque, reclamado como estratégia preponderante para a preservação do Monumento Nacional, não deixa de garantir à cidade de Braga e à sua estrutura verde mais um espaço de grande escala para o uso da comunidade. Na charneira urbana de Braga, ele faz a transição de um território urbano denso para um mais rural, que se prolonga para norte, para o vale do rio Cávado em direcção ao Gerês.

Para além da dimensão de protecção, salvaguarda e conservação do Monumento Nacional, o programa procura manter uma visão abrangente para o futuro parque com vista à preservação da imagem de um sistema naturalizado do lugar, através de um desenho que facilite a apropriação dos sistemas naturais (regeneração de habitats, promoção e instalação de novos habitats, os caminhos da água e a vegetação existente, etc.) sem esquecer a dimensão social-recreativa que se pretende instalar.

A ligação do Parque com a envolvente

O programa contempla um conjunto de portas de acesso nos diferentes limites urbanos, por forma a assegurar um acesso franco e uma continuidade com a cidade. Nestas portas concentram-se os principais equipamentos, procurando assegurar que a pressão sobre o Monumento seja dissipada perifericamente, libertando-o de usos mais intensivos permitindo, no entanto, um uso de carácter mais passivo e com uma forte componente pedagógica.

A circulação no interior do Parque

Para a ligação entre as entradas e a circulação, o programa prevê uma rede de acessos longitudinais ao Monumento, deambulantes, que se adaptam ao terreno, de um lado e do outro do vale, sempre que possível coincidentes com caminhos pré-existentes. A rede é complementada por caminhos transversais, unindo os dois lados do vale.

Esta lógica de distribuição de acessos assume a intenção de assegurar que a circulação principal não coincida, de forma marcante, com o Monumento, sem deixar de garantir que o mesmo seja acessível e que se vislumbre frequentemente. Para além destes caminhos a construir, parte dos trilhos existentes são mantidos, admitindo-se que outros possam ser criados, num processo de apropriação do espaço através de percursos pedestres e cicláveis.

A salvaguarda e reutilização dos valores paisagísticos, naturais e culturais

Outro elemento chave no programa do parque é o aproveitamento das áreas de mata existentes, assumindo acções de recuperação e melhoramento, contando sempre com o processo regenerativo em curso. Estes espaços de mata garantem a protecção física e visual das encostas mais íngremes e confinam espaços de clareira mais aplanados, onde se concentram as principais actividades no parque. Destas destacam-se o desporto informal, merendas, eventos recreativos entre outros.

A zona mais baixa do parque, no vale, húmida e fresca, é o local de recolha da água que não se infiltra no solo, proveniente das cotas mais altas, e que deve ser desviada da envolvente imediata do Monumento. Em conjunto com as matas de Sobreiro e Carvalho, esta área de mata fresca constituirá um importante suporte à biodiversidade, o que também deverá ser valorizado pelos utilizadores do parque.

Os elementos construídos existentes são integrados no programa para assegurar instalações de apoio à gestão e manutenção do parque, instalações sanitárias e pequenos espaços de restauração. Associados aos caminhos, são elementos importantes ao percurso interpretativo do monumento que se pretende promover, através da distribuição de informação ao longo dos percursos, em locais onde estes se aproximam e coincidem com as várias infra-estruturas das Sete Fontes.

Núcleos museológicos

Aproveitando as preexistências construídas, é proposta a criação de dois núcleos por reconstrução, designados por Núcleo das Gémeas (próximo da entrada do ‘Braga Retail Center’); e Núcleo da Memória (próximo da entrada da ‘Quinta do Pinheiro’).

Está ainda prevista a construção de um núcleo de raiz designado por Núcleo da Mata (próximo da entrada do Hospital).

Porque a sua opinião importa!

O Plano de Urbanização e a alteração do PDM para a Área das Sete Fontes está em discussão pública até 30 de Setembro de 2020.